segunda-feira, setembro 25, 2006

Pela tangente


Por desconhecida razão
quis conhecer tua pessoa;
para isso, estouvado e ligeiro,
procurei formas de aproximação.
E, não muito convencional,
confesso,
pus-me a invadir tua vida
de forma irracional,
investigando os nímios detalhes
que te compunham,
as pequenas brechas a que teus dizeres
e grafias se propunham.
E de tudo tentei e fiz
pra deslindar através dos outros
a forma do teu desenho,
que por minhas mãos escorria,
em traços de fotografia:
um rosto tão bonito,
ileso da perturbação
que a mim cabia.
Dessa forma,
de soslaio burlei o mais curto caminho
que me poderia levar a ti,
e
aos outros preferi
pra ter acesso secundário
ao que lhe dizia respeito,
pois tão sem jeito,
não sabia como tocar tua figura.
E por acaso agora, te observo
silencioso no papel impresso:
sonhos apenas
que de tão íngremes
escapam pela tangente.

1 Comments:

Blogger Lua said...

Que bonito.. já li umas três vezes e não há o que comentar.. nesse caso o silêncio diz muito mais que mil palavras..

beijocão.. haha

8:00 PM  

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